Era uma vez... Uma casa na Árvore


Há muitos anos, no pequeno município de Araputanga, em Mato Grosso, nasceu um grupo escoteiro notável, conhecido como Grupo Escoteiro Ondas Verdes dos Parecis. Em meio à exuberante natureza do local, cercado por densas florestas e majestosas montanhas, os jovens escoteiros encontraram um lugar especial para suas aventuras: uma árvore imponente, batizada de Pau da Onça.

Era uma árvore tão imensa que parecia tocar o céu, desafiando as leis da gravidade. Inspirados pela beleza e grandiosidade daquela árvore, os chefes Ozieu, VigVânio, Jilson Promocena e Carlitos decidiram construir uma casa na copa, um verdadeiro refúgio para a chefia do grupo. E assim, com entusiasmo e determinação, iniciaram sua jornada épica.

Os preparativos foram feitos com meticulosa dedicação. Os chefes Ozieu, VigVânio, Jilson Promocena e Carlitos organizaram uma expedição em busca dos materiais necessários. Com suas bicicletas, enfrentaram os desafios da estrada, atravessando trilhas e riachos, até alcançarem os recursos essenciais. Tábuas, ripas, caibros, arame, cordas e ferramentas foram adquiridos, cada item transportado com cuidado e precisão.

Em meio à sua busca, os corajosos chefes encontraram um obstáculo inesperado: a necessidade de água. Eles sabiam que precisavam de uma fonte confiável para suprir suas necessidades durante a construção.

Determinados a superar essa dificuldade, dirigiram-se a Canchim Leilões, onde conseguiram uma garrafa de 20 litros para armazenar a água.

A garrafa, porém, revelou-se extremamente pesada. Sensibilizado pelo desafio que representava para o grupo, o chefe Jilson ofereceu sua bicicleta nova, com apenas 15 dias de uso, para o transporte do precioso líquido. Infelizmente, durante o percurso, uma pequena distração fez com que o chefe Ozieu acidentalmente arranhasse a pintura da bicicleta. A reação furiosa do chefe Jilson encheu o ambiente de tensão, mas, unidos por sua paixão pelo escotismo, eles resolveram o mal-entendido e seguiram em frente.

Com os materiais em mãos e o espírito inquebrantável, o grupo enfrentou os desafios da natureza. Poeira, lama e chuvas torrenciais não foram capazes de desanimar esses bravos escoteiros. Com dedicação incansável, eles trabalharam durante um mês inteiro, enfrentando o cansaço e as adversidades com coragem e determinação.

Enquanto a casa na árvore começava a tomar forma, a atmosfera ao redor era de entusiasmo contagiante. Cada prego martelado, cada tábua colocada, era um passo em direção à concretização de um sonho compartilhado. A história daquela construção épica se espalhava pela cidade, envolvendo a todos em um sentimento de admiração e fascínio. Crianças e adultos, escoteiros e moradores locais, todos se encantavam com a audácia e determinação daqueles jovens aventureiros.

Enquanto a casa da chefia tomava forma, o Pau da Onça, testemunha silenciosa de todas as jornadas escoteiras, parecia ganhar vida.

Os pássaros voavam ao redor, entoando melodias em homenagem aos corajosos construtores. O vento soprava suavemente entre os galhos, sussurrando palavras de encorajamento.

A cada pôr do sol, o grupo reunia-se em torno de uma fogueira, compartilhando histórias e experiências. Ali, sob o teto do céu estrelado, eles fortaleciam laços, aprendiam uns com os outros e celebravam as conquistas alcançadas. A construção da casa na árvore tornara-se uma verdadeira epopeia, alimentando o espírito aventureiro que habitava em cada um deles.

Finalmente, após um mês de trabalho árduo, a casa da chefia estava pronta. Era uma estrutura magnífica, habilmente erguida entre os galhos mais robustos da árvore. Uma escada de corda pendia graciosamente, convidando a todos a subirem e desfrutarem da vista panorâmica que se estendia além das copas das árvores.

A notícia da conclusão da casa espalhou-se rapidamente pela cidade. Admiradores curiosos vinham de longe para contemplar a obra-prima que desafiava a gravidade. O Grupo Escoteiro Ondas Verdes dos Parecis, orgulhoso de seu feito monumental, abriu as portas da casa da chefia para visitantes e eventos especiais.

Por dois anos, a casa na árvore tornou-se o epicentro das atividades escoteiras. Reuniões, treinamentos, acampamentos e momentos de pura diversão aconteciam em meio à magia daquele local. As paredes abrigavam histórias e risadas, e as memórias criadas ali permaneceriam gravadas nos corações dos escoteiros para sempre.


Infelizmente, um dia sombrio chegou. Um poderoso vendaval atingiu a região, desafiando a resistência da casa da chefia. Os ventos furiosos e a força da natureza foram implacáveis, derrubando a estrutura cuidadosamente construída. O coração dos escoteiros se encheu de tristeza, mas eles sabiam que o verdadeiro valor daquela jornada épica não estava apenas na casa, mas nas lições aprendidas e nos laços forjados ao longo do caminho.

Apesar da queda física da casa da chefia, o legado daquela construção permaneceu imortalizado na história do Grupo Escoteiro Ondas Verdes dos Parecis. A coragem, a união e o espírito de aventura que permearam cada momento daquela empreitada continuaram a inspirar gerações futuras de escoteiros.

Até hoje, quando os membros do grupo passam pelo antigo local da casa na árvore, eles se recordam das dificuldades superadas, das amizades que se fortaleceram e das experiências que os moldaram. A árvore sagrada, o Pau da Onça, permanece como um símbolo eterno da determinação e da audácia daqueles jovens escoteiros.

E assim, a história da construção da casa na árvore do Grupo Escoteiro Ondas Verdes dos Parecis continua a ser contada, ganhando contornos cada vez mais épicos com o passar dos anos. A narrativa se espalha pelas fogueiras das reuniões escoteiras, pelos acampamentos em meio à natureza selvagem e pelas páginas dos livros de história local.


Os envolvidos na empreitada, os chefes Ozieu, VigVânio, Jilson Promocena e Carlitos, se tornaram lendas vivas dentro do grupo escoteiro. Seus nomes ecoam nas mentes dos jovens aventureiros, inspirando-os a buscar novos desafios e a nunca desistir de seus sonhos.

A casa na árvore, mesmo em sua ausência física, permanece viva na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de vivenciar aquele momento extraordinário. Seus pilares resistem no coração dos escoteiros, servindo de alicerce para suas próprias construções, tanto físicas quanto emocionais.

E assim, com a chama da aventura sempre acesa, o Grupo Escoteiro Ondas Verdes dos Parecis continua sua jornada, explorando a natureza, aprendendo habilidades essenciais para a vida e formando uma irmandade indissolúvel. Em cada novo desafio, eles encontram forças para superar obstáculos, lembrando-se sempre da grandiosa construção que um dia ergueram juntos.

E assim encerra-se essa história épica, um testemunho do poder da união, da perseverança e do espírito escoteiro. Que ela inspire outros grupos escoteiros ao redor do mundo a embarcar em suas próprias aventuras, deixando um legado de coragem e amizade. Pois, como os bravos escoteiros de Araputanga nos mostraram, não há limite para o que podemos conquistar quando acreditamos em nossos sonhos e trabalhamos juntos para realizá-los.